terça-feira, 25 de setembro de 2012

Chcolates Regina




Em 1928, nasceram na rua Sá de Miranda, em Alcântara, os chocolates Regina, que foram durante várias décadas dominantes no mundo dos chocolates em Portugal, característicos pela sua criatividade, pelo sabor e claro (como acontece em quase todos os produtos portugueses), pela sua qualidade.
Várias gerações de miúdos e graúdos se recordam dos chocolates lançados pela Regina: as tabletes de chocolate de leite com amêndoas no interior, a velha tablete de chocolate com um rótulo amarelo e com um sabor verdadeiramente vintage, as várias tabletes de chocolate com recheio a diversas frutas cristalizadas, os pequenos bombons com uma explosão de sabor no seu interior…



 Todavia, os produtos mais icónicos são sem dúvida as pequenas sombrinhas de chocolate da Regina, assim como os lápis de chocolate, o Floc Choc (tablete de chocolate com cereais crocantes) e o Coma com Pão, uma tablete de chocolate nutricionalmente e fisicamente concebida para ser comida entre duas fatias de pão, hmmm… A Regina também era conhecida pelas máquinas de furos, que animavam muitas feiras e mercados. O que é isto de máquina de furos? É um género de máquina árcade, que nos propõe um jogo cujo objectivo é o de espetar uma agulha (em ponto grande) em vários buracos, ou furos, de modo a caírem para o fundo da máquina bombons com recheios diferentes. Alguns (os prateados e os dourados), até podiam ser levados ao dono da máquina e davam direito a um prémio (um cromo de futebol, normalmente). O aumento da popularidade dos chocolates foi de tal ordem que em 1970, 500 operários fabricavam 15 toneladas diárias de produtos Regina.



Mas claro, quando se fala dos chocolates Regina, há também que se falar da fábrica de chocolates Imperial, também portuguesa, que criou marcas de chocolates que rivalizaram com os da Regina. A Imperial foi fundada uns poucos anos depois da Regina, em 1932, e desde cedo se tornou notória pelos chocolates Bom-Bokas, Fantasias de Natal, Pantagruel, Pintarolas e Allegro.



1982 foi um ano igualmente importante para ambas as fábricas de chocolate. Enquanto os chocolates Regina atingiam o seu apogeu de produção e popularidade, a Imperial celebrava o seu 50º aniversário, ocasião em que lançou para o mercado os chocolates Jubileu, também muito afamados. Contudo, a partir desse ano, e em regra geral, todos os produtos portugueses sofreram uma queda nas suas vendas. Porquê? Ora, devido à entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia permitiu-se a entrada no país de poderosas marcas estrangeiras de chocolates, que trouxeram uma concorrência asfixiante para marcas como a Regina e a Imperial. Enquanto a Imperial sobreviveu aos ataques dos concorrentes, por exportar produtos para o Japão e o Brasil, a Regina acabou por sair vencida e caiu no esquecimento durante os anos 90.



Felizmente, em 2000, a marca de chocolates Regina renasceu, ao ser comprada pela sua antiga rival, a Imperial. Em 2002, voltaram a ser produzidos os chocolates Regina, com o mesmo sabor e qualidade, só com um design gráfico diferente e a Imperial elaborou um estudo de mercado do qual concluiu que a Regina ainda tinha uma notoriedade superior a 90% em Portugal. A partir daí, a Regina tornou-se líder nacional na categoria de chocolates com amêndoas e avelãs e está hoje presente em mais de 20 países pelo mundo fora, entre eles os EUA, Canadá, Brasil, Venezuela e Itália. É hoje uma mega tendência, ao que agora detêm o título de produto Retro-Future, isto é, uma marca vintage que fez as delícias de gerações do passado que está hoje bem viva e com perspectivas para o futuro. 





The Regina chocolates were born in 1928 in rua Sá de Miranda, in the Portuguese town of Alcântara. Regina was for many decades the main chocolate brand in the Portuguese chocolate world, characteristic for its creativity, flavour and, of course (similarly to almost every other Portuguese product), for its quality.
Many generations of people of all age groups remember the Regina chocolates:  the milk chocolate bars with almonds, the old chocolate bar with a yellow wrappage and a truly vintage taste , the many chocolate bars stuffed with crystalized fruits, the little bonbons with an explosion of flavour in its core…



 However, the most iconic chocolates are clearly the little chocolate umbrellas, as well as the chocolate pencils, the Floc Choc (a crunchy cereal chocolate bar), and the Coma com Pão (Eat with Bread), a chocolate bar nutritionally and physically designed to be eaten between two bread buns, hmmm… Regina is also known for its máquinas de furos (hole machines), which livened up many fairs and markets. Now, what is a máquina de furos? It’s an arcade-like machine with a game whose goal is to stick a needle (a big one) in many holes, so to make bonbons with various flavours fall to the bottom of the machine.  Some of the bonbons (the silver and the golden ones) could even be taken to the machine owner in order to receive a prize (normally a football sticker).  The increase on the popularity of the chocolates was so, that in 1970, 500 workers produced 15 tons of Regina products every day.



But, of course, when you hear about Regina chocolates, you also have to hear about Imperial, another Portuguese chocolate factory, which created chocolate brands that were rivals to Regina. Imperial was founded a bit later than Regina, in 1932, and from its start it became notorious for the chocolates Bom-Bokas, Fantasias de Natal, Pantagruel, Pintarolas and Allegro.



1982 was an equally important year for both chocolate companies. While Regina reached its production and popularity heyday, Imperial celebrated its 50th anniversary by bringing to the market the new Jubileu chocolates, which also became very famous. Even so, from that year on, in general, every Portuguese product experienced a drop in their sales. Why? Well, because of Portugal’s entry in the European Economic Community, many powerful foreign chocolate trademarks entered in our country, leading a suffocating competition to brands like Regina and Imperial. While Imperial survived from the attacks of its competitors, by exporting their products to Japan and Brasil, Regina couldn’t keep up and fell into oblivion in the 90s. 



Luckily, in 2000, the Regina chocolates brand was reborn, when it was bought by its old rival, Imperial. In 2002, the Regina chocolates were back on the market, with the same taste and quality, only with a different graphical design, and Imperial conducted a market poll, from which concluded that Regina still detained a popularity superior to 90% in Portugal. From that moment on, Regina became the national leader in the chocolate with almond and hazelnut category and it is now in more than 20 countries throughout the world, including the USA, Canada, Brazil, Venezuela and Italy. It is today a mega-trend, and it holds the title of Retro-Future product, that is to say, a vintage brand that delighted past generations, which is today well alive and looking towards the future.





Escrito por Joaquim Ventosa.
Este artigo não obedece ao Novo Acordo Ortográfico.

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